De o infinito a cada traço com o tempo brinca o espaço.
Gugu Keller
terça-feira, 31 de julho de 2018
domingo, 29 de julho de 2018
sábado, 28 de julho de 2018
quinta-feira, 26 de julho de 2018
quarta-feira, 25 de julho de 2018
terça-feira, 24 de julho de 2018
domingo, 22 de julho de 2018
É Simples...
Art. 317 do Código Penal Brasileiro, que prevê o crime de Corrupção Passiva, pelo qual o ex-presidente Lula foi condenado: "Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos e multa."
Há, portanto, três comportamentos que caracterizam o crime. Como sabemos os que estudamos direito, tal se depreende dos verbos utilizados na redação da norma, que são o seu núcleo. É fácil, então, perceber que, neste caso, os comportamentos previstos como caracterizadores do crime são 1 - Solicitar (a vantagem indevida); 2 - Receber (a vantagem indevida) e/ou 3 - Aceitar promessa de tal vantagem. Ok? Tranqüilo, não?
Então, segundo o que há no processo, pergunta-se...
1 - Lula solicitou receber o triplex como vantagem?
R - Pode ser. Mas não há nenhuma prova disso. Basta pensar no seguinte... Como alguém pode solicitar algo assim? Ou falando ou por escrito, certo? Pois bem... Há alguma gravação dele solicitando para alguém? Não. Há algum documento em que ele por escrito a alguém solicita? Tampouco. Há apenas depoimentos de pessoas que, em delação premiada, o afirmam.
2 - Lula recebeu o tríplex como vantagem?
R - Definitivamente não. O tríplex é um bem imóvel e o art. 1245 do Código Civil é claro quando prevê que "transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis." Portanto, como esse registro nunca houve, Lula jamais "recebeu" o imóvel. Todas as especulações que se fez a respeito, inclusive a estranhamente na sentença citada "propriedade de fato", são juridicamente irrelevantes, para não dizer inexistentes. Ele só teria "recebido" se houvesse o registro. É o que indiscutivelmente diz a lei. E ponto.
3 - Lula aceitou promessa de receber o tríplex como vantagem?
R - É a mesma resposta do primeiro item. Sim, ele até pode ter aceitado. Mas não há nenhuma prova. Ninguém o gravou dizendo isso ou ele o manifestou por escrito. Novamente, apenas há os depoimentos dos delatores. As tão citadas minutas contratuais não assinadas, até por esse motivo, por óbvio tampouco provam nada. Ou será que alguém em sã consciência pode dizer que uma minuta contratual não assinada prova a aceitação de uma promessa deste tipo, ainda mais quando o que está em jogo é uma condenação criminal? Simplesmente impensável.
Simples, não?
É como disse o próprio autor da denúncia... Não há provas. Mas há convicção.
Gugu Keller
sábado, 21 de julho de 2018
Blue Blood
Encobre a entre cobres pobreza d'alma do nobre a sem nada que lhe sobre nobreza calma do pobre.
Gugu Keller
Gugu Keller
sexta-feira, 20 de julho de 2018
quinta-feira, 19 de julho de 2018
Fantasma
O paradoxo dos suicidas é que a rigor eles não há, pois que, quando se o tornam, já não mais se fazem cá.
Gugu Keller
terça-feira, 17 de julho de 2018
Pequenas Igrejas, Grandes Negócios
Dessa tão sem fim fé que faz fãs farfar a bufunfa é o afã.
Gugu Keller
Gugu Keller
domingo, 15 de julho de 2018
Vida a Dois
Competimos afinal por ser de quem a maior dor, ou só por qual da sua diz melhor o tanto horror?
Gugu Keller
Gugu Keller
sábado, 14 de julho de 2018
sexta-feira, 13 de julho de 2018
quinta-feira, 12 de julho de 2018
Excrement
Do que fede e enfeza às pazes, dos gases já findas as fases, ânus via nos desanuvia.
Gugu Keller
Gugu Keller
quarta-feira, 11 de julho de 2018
Pétreas
De que vale serem as cláusulas de pedra se quem as interpreta eis vorazes britadeiras?
Gugu Keller
Gugu Keller
terça-feira, 10 de julho de 2018
Primeiras Impressões de um Suicida
Não, não chegou a doer. Ao contrário, a despeito de todo o sangue espirrado, parede, cama, lençol, cobertor, travesseiro, e não só sangue, mas carne, nervos, miolos, uma disforme massa acinzentada e inúmeros fragmentos de ossos, a sensação era de um inequívoco alívio. Eu ainda me mexia, pulsava, respirava, suava, mas não, dor não sentia. Aos poucos, muito aos poucos, vinha então afinal levantando-me de mim mesmo, e logo já não apenas não sentia o meu corpo, mas de fora dele o observava. Paradoxalmente, ao mesmo tempo em que eu inerte ali ficava, ia-me. É, sim, eu vinha. Intrigante. Como em todos os momentos da minha vida, agora, no último, contradição. Dúvida, dois, dialética, divisão. Aos poucos eu não era mais eu, e, também, e também aos poucos, eu já então era só eu, mas já sem o que de mim em mim mesmo nunca fora.
Subi, subi, subi, subi, subi. Ficava lá o corpo e eu subia. Voava, olhava. Agora já sobre a cama nenhum movimento. Um pulso, outro, mais um, mais outro, e o último. Expiração. Foi-se, fui-me, vim. Dez metros, quinze, vinte, cem, o céu. E lá, sobre a cama, o corpo. Nu apesar do frio, como fiz questão. Vim nu, quis ir nu. Ou, ao contrário, dúvida, dialética, nu fui e nu agora venho. Na mão direita, ao lado da cabeça, a arma quente. O sangue espirrado, parede, cama, janela. Os olhos turvos que não cheguei a fechar. Não sei com certeza se a bala me transpassou. Quer parecer que sim. Talvez haja dela fragmentos entre os ossos. Não sei. Refaço os passos, os últimos momentos. Ela, a bala, ela, a breve carta, a minha nudez, roupas no chão, o gris da tarde invadindo a janela, e eu na cama, e ela, a arma, revólver, dedo, crânio, medo, coragem, tiro, som. Mas não. Dor não. Alívio, lívido, livre, leve. Subindo, subindo, subindo.
Fui, vim, cá afinal estou. E que ninguém por mim sinta qualquer dor. Ou que todos, de algum modo, sintam enfim por mim esta não dor que agora eu sinto. É. Fui, vim, já estou aqui. Sim, consegui.
Subi, subi, subi, subi, subi. Ficava lá o corpo e eu subia. Voava, olhava. Agora já sobre a cama nenhum movimento. Um pulso, outro, mais um, mais outro, e o último. Expiração. Foi-se, fui-me, vim. Dez metros, quinze, vinte, cem, o céu. E lá, sobre a cama, o corpo. Nu apesar do frio, como fiz questão. Vim nu, quis ir nu. Ou, ao contrário, dúvida, dialética, nu fui e nu agora venho. Na mão direita, ao lado da cabeça, a arma quente. O sangue espirrado, parede, cama, janela. Os olhos turvos que não cheguei a fechar. Não sei com certeza se a bala me transpassou. Quer parecer que sim. Talvez haja dela fragmentos entre os ossos. Não sei. Refaço os passos, os últimos momentos. Ela, a bala, ela, a breve carta, a minha nudez, roupas no chão, o gris da tarde invadindo a janela, e eu na cama, e ela, a arma, revólver, dedo, crânio, medo, coragem, tiro, som. Mas não. Dor não. Alívio, lívido, livre, leve. Subindo, subindo, subindo.
Fui, vim, cá afinal estou. E que ninguém por mim sinta qualquer dor. Ou que todos, de algum modo, sintam enfim por mim esta não dor que agora eu sinto. É. Fui, vim, já estou aqui. Sim, consegui.
Gugu Keller
sábado, 7 de julho de 2018
Insuportavelmente Custoso
A despeito do quão mal esteja o deprimido, qualquer perspectiva lhe soa bem pior.
Gugu Keller
Gugu Keller
sexta-feira, 6 de julho de 2018
Minha Músicas - "Vagina"
Duas coisas muito legais sobre esta canção... A primeira é que, sempre que estou em algum ambiente com amigos e tal e aparece um violão, eu gosto de perguntar... "Posso mostrar minha vagina pra vocês?"... E a outra é que, pelo título, muita gente fica imaginando que é uma "zoação"... Mas não. Ao contrário, é extremamente poética. Considero-a um dos meus melhores trabalhos...
VAGINA
Eu quero ter o teu suco
Teu cítrico sumo, teu fruto
Teu fresco, teu úmido
Sentir na língua os teus sulcos
Teu grelo, teus pêlos, teu pulso
Mucosas e músculos
Botão de rosa aberta, entrada secreta
Mergulho profano, profundo
Razão de ser do meu mundo, mistério sincero
Eu quero ao colo colar fã fiel
Vagina, viagem de volta ao céu
Vagina, miragem que escolta-me ao léu
Licor de menarca e mel
Eu quero o teu perfume
Teu líquido lume, teus lábios
Teu átrio, teu ácido
Sentir tocar o teu gume
Teu nervo, teu cume em meu dedo
Relevo tão cálido
Que tu enfim me devores, caverna, clitóris
Eu quero o caminho do útero
E que me tenhas pulsante no exato instante
Eu quero na fenda findar branco gel
Vagina, floresta trans-vulva a vir véu
Vagina, arresta-me e rendo-me réu
Infesta-me em festa ao teu bel
Teus apelidos mais chulos
Teu me aos ulos lambuzar
Sangrando sem medo, sagrado segredo
Grato, grito-te, gruta, cá
Gugu Keller
quarta-feira, 4 de julho de 2018
terça-feira, 3 de julho de 2018
segunda-feira, 2 de julho de 2018
domingo, 1 de julho de 2018
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