sexta-feira, 30 de abril de 2010

Consoantes e Vogais - O Romance

P nss q sts n c
Sntfcd sj vss nm
Vm ns vss rn
Sj ft vss vntd
Ssm n trr cm n c
P nss d cd d ns d hj
Prd nss fnss
Ssm cm n prdms q ns tm fndd
N ns dx cr m tntç
Ms lvr-ns d ml

Ae aia eia e aa
Eia oi ó ee a uee
Eio é o uo o oo ee, eu
Aa aia ãe e eu
Oai o ó eaoe
Aoa e a oa e oa oe

Amem-se!

Gugu Keller

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Big Bang, boys!

Cresci aprendendo que o universo é infinito. Por outro lado, há muitos anos parece ser pacífico na ciência que ele está em expansão. Aí, na minha talvez ingenuidade de leigo, não posso deixar de perguntar... Como pode algo infinito estar em expansão? É estranho, não? Mas tudo bem! Qual já várias vezes disse aqui, adoro paradoxos!
* * * * * * * *
Gugu Keller

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Why Can´t I Be You?

Não. Nem que milhões, bilhões, trilhões de vezes, não me satisfaria abraçá-la, ou beijá-la, possuí-la, ir ao céu eu dentro dela. Nada disso. Nem mesmo acorrentá-la a mim para sempre, prendê-la, aprisioná-la, ser seu dono qual se é de um brinquedo ou animal. Não. Tampouco bastaria-me ouvir que me quer muito, em tudo, por tudo e para tudo, ou que me ama, me mama, e que por mim sem hesitar daria a vida. Não, nem isso. Nada, nada do que ela diga ou faça, ou me entregue, satisfaz. O que sinto por ela, confesso, é tanto, mas tanto, tanto e tão total, que pleno mesmo eu só seria se a fosse! Sim, eu ela! E se, sendo ela, eu desprezasse, como ela sempre a mim, o eu que já então seria outro, quem sabe, numa dessas, ela própria, aí, sim, para mim enfim faria algum sentido...!

Grande Robert Smith!

Gugu Keller

terça-feira, 27 de abril de 2010

O Preço

Num post do dia 7 de março, referi-me ao equívoco que muitos cometem, inclusive o grande Cazuza, em "Ideologia", o cometeu, ao usar a expressão "risco de vida" quando o correto seria "risco de morte", lembram-se? Aí, outro dia fiquei pensando... Quando alguém morre devido a determinada circunstância, é muito comum que se diga que "pagou com a vida" em função daquilo, o que quer que seja, não é verdade? Pois eu questiono se não acaba sendo, de um outro modo, o mesmo equívoco... Não seria o certo, aqui também, "pagou com a morte"? Hum? Bem, não vou chegar a o afirmar porque aqui decerto há uma pequena diferença... No caso de um risco fatal certamente ele é "de morte"! Risco "de vida", definitivamente, posso garantir, está errado! Contudo, quanto a "pagar com a vida" ou "pagar com a morte", apesar de a segunda opção agora já me parecer a melhor, porder-se-ia argumentar em favor da primeira no sentido de que, com a morte, foi-se a vida, e, assim, portanto, mesmo sendo a morte o fato, a vida então perdida teria sido o preço pago, e que, assim, portanto, foi com ela, a vida, através da morte, que se pagou... Não sei... Vou eu próprio pensar mais um pouco a respeito... Fica aos amigos que, como eu, gostam de pensar a nossa língua, mais este convite à reflexão...
Há, contudo, ainda, uma outra possibilidade, que vem-me à mente em meus momentos mais depressivos, que, confesso, não são poucos... É que às vezes a nossa angústia é tanta que "pagar com a vida" poderia passar a fazer sentido justamente por, apesar de tudo, de toda a dor que ela tantas vezes representa, insistirmos tanto em nela continuar, em continuar nesta nossa insana busca por um tudo/nada adiante...!
Ou seja, afinal, por paradoxal que soe, tanto para quem morre quanto para quem vive, a vida, pode-se dizer, é sempre o preço a ser pago!

Gugu Keller

segunda-feira, 26 de abril de 2010

UFO

Um sério e renomado estudioso do fenômeno OVNI, li, e não foi a primeira vez que o li, declarou convictamente que altas autoridades militares de vários países, inclusive, e sobretudo, os mais desenvolvidos do mundo, mantêm em sigilo inúmeras informações, fotos, imagens, etc, relativas à constante presença de naves alienígenas que nos visitam e muito provavelmente monitoram. Tal sigilo justificar-se-ia principalmente pelo fato de que a divulgação de tal bombástico material colocaria em xeque muitas convicções religiosas mundo afora...!
Pois bem... Deixem-me ver se eu entendi...
Então quer dizer que essas tais e tantas autoridades têm em sua posse documentos que dão conta de que muitos dogmas da religião são mentirosos e acham que é melhor para a humanidade que a mentira seja mantida??? Se for isso mesmo, meus amigos, por favor, parem o mundo que eu quero descer!!!
É como diziam os antigos... Durma-se com um barulho desses!

Gugu Keller

domingo, 25 de abril de 2010

"Amanhojontem" 2

Eu hoje para sempre deixo no ontem tudo o que, desde sempre, sempre deixei para amanhã.

Gugu Keller

sábado, 24 de abril de 2010

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Nulle Dies Sine Linea

Sobretudo, observo, para deixar clara sua erudita superioridade intelectual perante os demais mortais, o que, data venia, em mais de 90% dos casos, é, justa, irônica e (in?)felizmente o contrário, os doutos profissionais causídicos, mais chulamente conhecidos como advogados, adoram enfeitar seus arrazoados petitórios com os mais diversos e pitorescos rococós, destacando-se, com exuberante fartura, os famosíssimos brocardos em latim, como pacta sunt servanda, ex tunc, ex nunc, ab ovo ou da mihi factum dabo tibi ius. É então o presente post para modestamente sugerir "aos mesmos" mais uma dessas maravilhas do fenômeno da comunicação que, creio, haverá de atingir em cheio o seu objetivo de impactar favoravelmente os respectivos julgadores quando a demanda em testilha versar acerca de se buscar uma indenização por prejuízo causado por ato alheio, ou, ainda, e talvez principalmente, em situações fáticas de injustiça oriundas da aplicação por alguma autoridade de diferentes pesos e medidas em casos flagrantemente similares...

Diz assim...

Pimentabulis anus outrem refrescarium est.

Não é maravilhoso? Juro! Se eu advogado fosse, não apenas amiúde o usaria em minhas interpelações aos egrégios sodalícios pátria amada afora, como, com um forte negrito pingenteado de nobre dourado, faria constar nos cabeçalhos de todas as peças e documentos processuais então por mim obradas (com o perdão do duplo sentido), qual uma marca registrada de meu castiço porém modesto punho jurídico-democrático-argumentativo...!

Gugu Keller

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Tique Taque Tédio

Nada, tédio, idéia, busca, meta, tudo, nada, tédio, idéia, busca, meta, tudo, nada, tédio, idéia, busca, meta, tudo, nada, tédio, idéia, busca, meta, tudo, nada, tédio...

Gugu Keller

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Ditos do Indizível

Por mais que soe como algo ingrato, a verdade é que o que mais e antes de mais nada precisaria ser dito é exatamente aquilo que não há como.

Gugu Keller

domingo, 18 de abril de 2010

Who could ask for more?

Aproveito aqui o meu blog para deixar registrado um último desejo para quando de minha morte...
Quero que, no último momento do meu velório antes de sair o enterro, seja tocada em boa altura a música "Dead Man´s Party", da banda norte-americana Oingo Boingo, e que todos os presentes dancem em volta do meu caixão ainda aberto, ok?
Para evitar qualquer dificuldade em se arrumar uma gravação da música, registro também que eu tenho o Cd! É só pegar aqui no meu quarto (os Cds estão organizados por ordem alfabética dos artistas)!

Para quem quiser cantar enquanto dança, a canção é extremamente contagiante, vai aqui a letra do refrão...

I was struck by lightning
Walkin´ down the street
I was hit by something
Last night in my sleep
It´s a dead man´s party
Who could ask for more?
Everybody´s coming
Leave your body at the door
Leave your body and soul
At the door

Que todos se divirtam muito...!

Gugu Keller

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Minhas Músicas - "Fogo-fátuo"

Pelos idos de 1982, 1983, quando eu tinha de 17 para 18 anos, muito antes da onda dos góticos, adorávamos alguns amigos e eu entrar no cemitério à noite para cheirar lança-perfume ou o que fosse. Um deles, um pouco medroso, sempre ficava perguntando... "O que vamos dizer se nos pegam aqui?" E eu respondia... "A gente diz que está tentando ver um fogo-fátuo!" Tempos mais tarde, relembrando com eles daqueles momentos, descobri que ninguém sabia do que eu estava falando... "Que porra de história era aquela tua de fogo fato?" E eu... "Que fogo fato, o quê! Fogo-fátuo!" Contudo, mesmo depois de eu ter explicado então do que se trata, fiquei com a sensação de que eles ainda ficaram na dúvida se a coisa não era uma invenção minha, pois insistiam, para minha surpresa, que jamais haviam ouvido falar a respeito... Foi assim que, meio que para mostrar a eles que isso existe, fiquei com a idéia na cabeça de compor uma música com esse título, "Fogo-fátuo"! Pois bem... Mais algum tempo se passou e, possivelmente influenciado pelo verso "minha vida é um flash", da famosíssima canção "Eva", da banda Rádio Táxi, tive o impulso de cantar que "a vida é só fogo-fátuo", e, a partir daí, a idéia se desenvolveu, resultando neste blues que mistura sensualidade e depressão e que me deixou bastante satisfeito...

Para quem não sabe, fogo-fátuo é uma luz azulada causada pela inflamação espontânea do gás metano resultante da decomposição de corpos, comuns, por isso mesmo, em ambientes como cemitérios, brejos ou pântanos. Folcloricamente é tido como um evento sobrenatural (espiritual ou fantasmagórico) e, mundo afora, recebe alguns outros nomes curiosos, como, por exemplo, em certas regiões aqui do Brasil, o popular "boitatá". Em tempo, eu nunca cheguei a ver. Gostaria muito...

FOGO-FÁTUO

Mais um lugar
Outras luzes, mais um endereço
Mais uma sala de estar
Mais um dia e eu não esqueço
Não, não se vá
Eu te quero de todos os jeitos
De todos os jeitos te amar
Por você já nem sou mais eu mesmo

O mundo é um deserto florido
Onde a vida é só fogo-fátuo
E o amor é a turbina
Que gira o átomo
A noite é um campo minado
Onde eu ando de olhos fechados
E a bomba que explode
É um beijo molhado

Mais uma mesa de bar
Outro copo e eu quase nem sinto
Meu corpo há muito já está
Perdido no teu labirinto
Vem, vem aqui
Eu te quero por fora e por dentro
Por cima, por baixo, do avesso
Eu quero todos os movimentos

O mundo é um pedaço de acaso
Onde a vida é uma folha ao vento
E o amor é o mais belo
Dos sentimentos
A noite é um caminho sem volta
Que eu sigo do nada ao nada
Nossas bocas e mãos
Nossa roupa suada

Gugu Keller

quarta-feira, 14 de abril de 2010

"Amanhojontem"

Freqüentemente desperdiçamos o hoje planejando para o amanhã meios ilusórios de apagar o ontem. Acabamos, então, neste eterno e doentio "amanhojontem", em que, assolados por remorsos e ansiedades que assim se padronizam, restamos incapacitados para o simples, e em princípio necessário, ato de viver só o presente.

Gugu Keller

segunda-feira, 12 de abril de 2010

No Meu Tempo...?

Pode haver coisa mais deprimente, e freqüentemente o ouvimos, do que pessoas idosas que, quando falam sobre coisas do seu passado, utilizam a expressão "no meu tempo"? Acho terrível! Então o seu tempo já acabou, já ficou para trás? Já se dão como mortas? Tomam as dificuldades de se envelhecer já como uma auto exclusão? Tenebroso! Agora ainda é o tempo de todos os que estamos vivos, não importa qual a idade de cada um! Ou não? Para mim ao menos assim será enquanto eu viver! Não importa a quanto eu chegue! 50, 70, 100 ou 200 anos, não importa! Enquanto eu estiver vivo, será o meu tempo! Posso até, quando relembrar o meu passado, usar expressões como "no meu tempo de colégio", ou "no meu tempo de faculdade", ou "no meu tempo de baixista de uma banda de rock", etc... Aí, sim, vá lá! Mas "no meu tempo" genericamente, como se eu já estivesse fora dele, definitivamente não!
Depois que eu morrer, se alguém quiser falar sobre mim, sobre coisas que aconteceram na minha vida, tudo bem, aí podem referir-se ao "meu tempo" como um passado! Mas enquanto estou vivo, enquanto não venha a expirar pela última vez, por favor, "no meu tempo" ainda é agora! E meus pêsames aos que usam a expressão para si próprios!

Gugu Keller

sábado, 10 de abril de 2010

Paradoxalmente

Paradoxalmente, quando as emoções afloram ao máximo, é comum, mesmo sendo decerto o momento propício para se dizer tudo, não conseguirmos dizer nada. É que todo esse tudo, que tanto tudo nos faz sentir todos, é ao mesmo tempo tanto, que tanto também nos faz sentir todo este nada, todo este nosso gigantesco nada em tudo, este nosso gigantesco nada total que em tudo afinal, sim, paradoxalmente, somos. E nada dizemos. Apenas do nada o tudo sentimos.

Gugu Keller

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Flerte

Confesso que tenho flertado com a realidade. Mas ela é tão fria, insensível e estranha...! Não haverá de ser algo intenso ou duradouro... Definitivamente apenas um flerte!

Gugu Keller

quarta-feira, 7 de abril de 2010

1%

Dizem os ativistas que defendem os animais, a quem, no que me é possível, apóio sempre irrestritamente e com paixão, que chegará o dia em que matar um animal será um crime tão grave quanto matar um ser humano. Torço do fundo do meu coração para que seja assim o quanto antes. Contudo, mesmo que esse lindo dia chegue, a verdade é que, aqui no Brasil, se as coisas continuarem como estão, os nossos irmãos bichos continuarão em sérios apuros. É que, e acho importante o dizer para quem não sabe, de cada cem homicídios cometidos em nosso maravilhoso país, apenas um resulta em cumprimento de pena! Sim, isso mesmo! 1%! Os outros 99 ficam entre os não investigados, os investigados mas não esclarecidos e os que ficam pelo caminho dos trâmites judiciais! Sabiam disso os amigos? Pois é... Que, justamente neste momento de ressaca do julgamento do caso Isabella, quando até rojões se fizeram ouvir em homeagem à suposta vitória da justiça, todos tenham a devida ciência de que ela perde esse jogo de goleada! E, quanto aos pobres animais, que, ao menos no Brasil, encontre-se outro parâmetro para se criar algum mecanismo que os defenda, pois, por aqui, matar um deles ser tão grave quanto a prática de um homicídio não os protegeria de nada! Por aqui, e contra números não há argumentos, um homicído é algo quase sempre sem gravidade nem conseqüência nenhuma!

Gugu Keller

terça-feira, 6 de abril de 2010

Eu no Mundo

Às vezes não sei se sou eu que me sinto desconfortável no meu corpo, ou se é ele, o meu corpo, quem se o sente no mundo.

Gugu Keller

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Greve dos Professores em SP

Aqui, no estado de São Paulo, onde vivo, ocorre uma coisa tão misteriosa... Não sei se os amigos já se deram conta ou pararam para pensar, mas já reparam que o estado nunca tem verba para conceder os rejustes salariais a que fazem jus as categorias mais básicas de seus serventuários ao mesmo tempo em que sempre a tem para, quando é a vez deles, reajustar imediata e generosamente os ganhos dos que ocupam cargos considerados mais nobres, como deputados, juízes de direito, promotores públicos, fiscais, etc...! Não é um interessante mistério? A minha categoria, por exemplo, a dos serventuários do judiciário, tem tido sua data base prevista em lei completamente ignorada nos últimos três anos, com a desculpa de que não há verba para a cumprir. Estranhamente, contudo, no ano passado, foi concedido aos magistrados um aumento de cerca de 80% em seus salários! Não é maravilhoso? Aí, quando há uma greve, como, no presente momento, a dos professores, a imprensa parece fazer questão de enfatizar os prejuízos que ela causa ao povo, mas não parece se preocupar muito em desvendar essas referidas estranhezas...!

Gugu Keller

domingo, 4 de abril de 2010

Mulheres e Sexo

As mulheres sabem mais sobre o sexo do que nós! Sim, cheguei a essa conclusão! É que, hoje percebo, elas desde sempre têm claro para si algo que nós, homens, precisamos de décadas de maturidade para entender... O mais belo que há nele, no sexo, é que ele seja a conseqüência, e não o objetivo!

Gugu Keller

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Futebol

Amante do futebol que sou, sempre tendi a crer que o fato de tanto torcermos e nos envolvermos com ele apesar de tão clara e obviamente tratar-se de um universo totalmente corrompido e manipulado por interesses políticos e financeiros devia-se única e exclusivamente à nossa completa imbecilidade e alienação. Hoje, talvez um pouco mais compassivo, inclino-me a uma outra idéia... Alienados completos seríamos se não tivéssemos afinal nenhuma percepção dessa realidade. Mas é claro que a temos, e de sobra. Sim, estamos todos cansados de saber! O que se dá, concluo, é que preferimos fingir que não é bem assim para podermos viver essa paixão por isso tudo absurda, não, então, por sermos enfim tão imbecis, mas para ao menos tentar aplacar a nossa gigantesca e deprimente carência.

Gugu Keller