quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Situação Análoga

Imagine alguém que fale "pobrema", "guspir", "imbigo", "fragrante de estrupo", "parto fosp", "varal de soltura", "fuzil queimado", "mortandela", "menancia", "a gente somos", "seje" e "menas" apresentar-se como professor de português. Parece absurdo? Imagine então essa mesma pessoa se dizer no direito de corrigir uma prova sua de gramática, ou uma redação, e severa e exigentemente atribuir-lhe uma nota. Revoltante? Pois esta seria uma situação extremamente análoga ao que acontece no nosso pobre e teratológico estado democrático de direito, uma vez que, clara e acintosamente, vivemos sob a égide de um estado que pretende nos impor a lei quando ele, de modo sistemático, é sempre o primeiro e o que mais a descumpre.
 
Gugu Keller 

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