domingo, 16 de novembro de 2014

Cacos de Espelho

Tão importante quanto aceitar o outro como ele é é entender o porquê do como reagimos ao seu modo de ser.
 
Gugu Keller

6 comentários:

  1. Uma pessoa ao saber através do meu pai que eu sofria do mesmo problema que ele emprestou um livro para que eu lesse. Isso foi há mais ou menos 11 anos atrás. Não lembro o nome do autor mas lembro bem que ele foi co-autor de uma novela da Globo. Fazendo um busca com essas informações achei o seu blog e gostaria de saber se foi seu o livro que eu li. Foi você que que despertou quando teve um sonho onde tinha saído de casa com um guarda-chuvas mas não estava chovendo? Daí você pegou o carro e saiu dirigindo pela rodovia até bem longe e parou pra ligar pra sua mãe dizendo onde estava?
    Se for você mesmo nem sei te dizer como fui parar aqui hoje. Acesso a Internet desde 1998 e nunca tinha pensado em procurar algo sobre a história que li naquele livro. Essa doença se apresentou a mim em 1994 e depois de vários tratamentos ainda espero o dia do meu "sonho" despertador. O meu maior problema é de viajar, de sair de uma cidade para outra, o resto já aprendi a me virar bem pois com o tempo e a idade vamos perdendo o medo de muitas coisas naturalmente. Mas o que considero o maior erro foi a de, depois de resistir por um ano ao tratamento com medicamentos, ter ido tentar isso com um clínico geral. Ele até fez o procedimento correto e eu melhorei 99% do que era mas ele errou na retirada do medicamento, foi muito rápido. Depois de dois meses comecei aos poucos a sentir a ansiedade crescer até que um dia ela estourou na maior crise que eu já tive até hoje, justamente dirigindo numa rodovia. Eu tive ânsia de vôtimo e eu tenho pavor de ânsia desde que me conheço por gente. Depois disso fui a um psiquiatra que me reabilitou e fez eu fazer terapia mas cheguei até um limite que não consegui mais avançar. Ainda tomo dois remédios mas me sinto como se fosse um avião que decola, dá voltas em torno do aeroporto e volta pra pista.Às vezes nem sei se tenho mais o medo de ter pânico ou se quando não estou bem meu subconsciente confunde o mal-estar com o medo de vomitar e desencadeia uma crise de ansiedade. Preciso fazer uma colonoscopia desde 2004 e até hoje não fui por medo dos efeitos colaterais já que um deles é o enjôo. Ah, queria saber uma coisa do livro que não me lembro mais: quantos anos você viveu com medo até ter aquele sonho que te despertou?

    Márcio (39 anos).

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    1. Olá, Márcio!
      Sim, sou eu.
      Fico feliz se meu livro tiver de algum modo contribuído para a sua recuperação, e que esta siga até que vc se sinta apto a enfrentar esse procedimento médico de que necessita.
      Quanto à sua pergunta, foram quatro anos, de 1988 a 1992, quando eu tinha 23/27 anos.
      Grato por sua presença aqui. Volte sempre!
      GK

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    2. Não me lembrava muito bem mas achava que tinha sido bem mais que quatro anos e que havia ocorrido depois que você já tinha sido co-autor da novela. O meu já dura 20 anos mas creio que se o primeiro tratamento com os medicamentos tivesse sido feito de forma correta e com terapia (o clínico geral disse que não era preciso) teria saido dessa há muito tempo. A recaída causou mais estragos do que a primeira crise que eu senti em 1994.

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  2. Gugu, belo post. Acho que vemos o outro como nós queremos ver, damos ao outro a face que queremos que ele tenha e muitas vezes nos decepcionamos, não com o outro, mas com nós mesmos, por sermos ingênuos ao ponto de acreditar em nosso próprio engodo, mas aprendemos, amadurecemos e pecebemos que a singularidade de cada um é que o faz especial, singular, único, às vezes nunca conseguimos conhecer de fato alguém, às vezes o que basta é apenas ter sentido o outro. Vendo assim.
    Beijo.

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  3. Sim.. Faz parte de nos entender, a nós mesmos, e nos conhecer melhor também

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