quarta-feira, 25 de maio de 2011

Amando Amanda

Como decerto muitas pessoas país afora, estou apaixonado pela professora potiguar Amanda Gurgel, cujo recente discurso na assembléia legislativa de seu estado tão brilhantemente estapeou a cara da hipocrisia institucional que tanto nos tem assolado através dos tempos, a ponto de, sobretudo através da internet, ela ter rápida e merecidamente se tornado uma espécie de novo ícone nacional no que se refere a denunciar a triste realidade do nosso agonizante sistema educacional.

Mas há, contudo, ao menos a meu modesto ver, algo extremamente irônico neste episódio... É que, se a professora Amanda foi, como todos vimos, simplesmente perfeita em sua breve fala, demonstrando uma clareza, uma coragem e um carisma invejáveis, ao mesmo tempo ela não disse nada de novo! Todos os que temos um mínimo de discernimento estamos cansados de conhecer a realidade que ela ali denunciou! Ou os amigos acham que, por exemplo, aquelas autoridades a quem ela tão contundentemente se dirigia já não sabiam dos absurdos que com tanta firmeza e energia lá lhes foram retratados?

Ficam então duas perguntas... Era preciso aparecer uma figura apaixonante como a da professora Amanda para que nós, e, principalmente, aqueles que nos representam, tivéssemos a oportunidade de refletir com um mínimo de seriedade a respeito dessa degradante situação? E, o mais importante, será que algo vai mudar na educação que é oferecida aos jovens brasileiros que dependem do ensino público a partir de agora? Podem me chamar de pessimista, mas tenho uma deprimente convicção de que a resposta para ambas é um sonoro "não"!

Gugu Keller

Um comentário:

  1. Talvez seja mesmo um "não", mas as vezes nos é preciso - e digo a todos nós, pois essa situação banalizou-se de tal forma a não nos afetar mais - um choque de realidade proferido por alguém. E assim, quem sabe e só quem sabe, adianta de algo pelo menos a nos sensibilizar e nos tirar da mesmice de não encarar os problemas de nosso país como se não fossem também nossos.
    Palmas à Amanda.

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