terça-feira, 29 de junho de 2010

One Night Stand

Este post é uma pequena reivindicação...
Como todos sabemos, usa-se hoje o termo "ficar" para se designar a troca de carícias íntimas, beijos, abraços etc, ou mesmo a consumação do ato sexual entre um casal sem nenhum tipo de compromisso. Cada vez mais, em toda parte, as pessoas parecem estar "ficando"... Até aí, tudo bem! Contudo o que eu aqui gostaria de abordar é que não assiste razão aos não poucos que crêem que isso veio com a geração que foi adolescente nos anos 90! Absolutamente não! Saibam, meus queridos leitores, que lembro-me muito bem de que o começo do "ficar" foi por volta de 1983, 1984, quando eu tinha meus 18, 19 anos! É! Sim, senhores! Muitas vezes, já naquela época, eu e muitos amigos meus "ficávamos" com as garotas! Aliás, por curiosidade, falava-se "ficar junto"! Sim! "E aí? Ficaram juntos? Ficou junto com ela?" É claro que indubitavelmente foi nos anos 90 que a coisa se espalhou, se instalou, em definitivo tornou-se um costume...! Mas foi a minha geração, sim, reivindico-o com certeza e energia, a primeira que "ficou"! Podem, se quiserem, perguntar por aí a quem quer que seja...!
E tanto isso é verdade que, a claramente o afiançar, o "ficar" já estava referido num verso de "Save a Prayer", o maior sucesso da banda inglesa "Duran-Duran", verdadeiro hino para os que vivemos intensamente aqueles dias, que, sendo do álbum "Rio", foi, creio, lançada exatamente no ano de 1983...
"Some people call it a 'one night stand' but we can call it paradise"
Lembram-se?

Gugu Keller

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Auto-Waterloo

O mais assustador nas tantas guerras que inevitável e continuamente travamos vida afora é percebermos que, no final das contas, somos sempre nós mesmos do outro lado.

Gugu Keller

domingo, 27 de junho de 2010

sábado, 26 de junho de 2010

Sirius

Nesta última semana alguém muito importante para mim passou pela dor de ver partir seu animal de estimação, o gato Sirius, em virtude de complicações renais. Pior ainda, e eis o porquê deste post, enfrentou em seu ambiente de trabalho a horrível situação de ouvir o absurdamente insensível comentário de que sua visível tristeza não se justificaria "só" pela morte de um gato. Escrevo então agora para manifestar meu repúdio a quem não percebe que um animal é tão digno de amor e afeição quanto qualquer ser humano, e que a partida de algum com quem convivemos é motivo, sim, ao menos na minha modesta opinião, para um luto intenso e difícil, como, aliás, aconteceu comigo quando aqui em casa perdemos a nossa poodle Danny, no ano de 94.
Força então, querida amiga! Sirius há de estar bem onde quer que esteja...! E esperemos que as pessoas menos evoluídas que infelizmente tanto há por aí algum dia atinjam um mínimo de bom senso e respeito pelo próximo, e passem a ao menos manter caladas as suas bocas de catapultar asneiras!

Gugu Keller

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Advocacia Pinoquiana

Se há algo definitivamente inconveniente, é a verdade. Tanto que, em regra, quem a costuma dizer torna-se alguém simplesmente insuportável.

Gugu Keller

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Lacanidades

É tão horrível não saber os porquês... E tão mais horrível os saber...

Gugu Keller

terça-feira, 22 de junho de 2010

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Imbatível

Não poucas pessoas, vi na tv e li na internet, chegaram a comemorar a morte de Saramago. Creio que é mesmo como sempre pensei... A igreja católica é definitivamente pródiga, imbatível até, quando se trata de divulgar, de disseminar ignorância...!

Gugu Keller

domingo, 20 de junho de 2010

Meu Salmo

O pecado sem culpa é um ato extremo de fé.

Gugu Keller

Pérolas Etílicas

Um repórter mostrava a festa de populares no centro de São Paulo que haviam acompanhado num telão a vitória do Brasil sobre a Coréia do Norte, quando surgiu ao seu lado um "tiozinho" visivelmente bêbado, a quem, então, foi perguntado se ele sabia quem seria o próximo adversário da nossa seleção... Decerto querendo se referir à Costa do Marfim, o "tiozinho" respondeu com convicção...
- "Seu" Martins!

Gugu Keller

sexta-feira, 18 de junho de 2010

1922 - 2010

JOSÉ de Sousa SARAMAGO
*1922 +2010
Obrigado por tudo, mestre dos mestres!
Ide com a glória dos que decerto ficarão para sempre!
Um dia hei de adotar um cão a que muito amarei e chamarei de "Achado", dos teus personagens o que mais me comoveu...!

Gugu Keller

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Quem Dera...

Quem dera tanto quanto eu consegui derrotar os inimigos reais que a vida me fez enfrentar assim fosse com os imaginários...

Gugu Keller

quarta-feira, 16 de junho de 2010

2014/2016

Discordando da opinião de muitos, eu não acredito que o Brasil vá dar vexame ao sediar a copa de 2014 e, no Rio, as olimpíadas de 2016, e explico por que... É que, como é de fácil observação, se há algo em que as nossas autoridades são inegavelmente competentes, é em cuidar das aparências!

Gugu Keller

terça-feira, 15 de junho de 2010

Minhas Músicas - "Ricardo"

Mesmo não o sendo, durante muito tempo namorei a idéia de compor uma canção com o "eu lírico" gay. Rememorando, isso vem desde o lançamento do "Quatro Estações", do Legião Urbana, onde, com "Maurício", Renato Russo parece pela primeira vez fazê-lo de modo assumido. Algum tempo depois, tendo ouvido, na voz de Cássia Eller, "Rubens", de Mário Manga, a idéia não apenas tornou-se mais intensa, como decidi que igualmente daria ao que compusesse um título com um nome de homem. E, como talvez seja o meu estilo, queria muito que fosse algo poético e musicalmente brando, e, ao mesmo tempo, forte, direto e explícito. Em "Maurício", Renato Russo contentou-se em manifestar o "eu lírico" gay apenas através do título, já que, não fosse por ele, a letra poderia perfeitamente ser para uma mulher. Já em "Rubens", Mário Manga foi um pouco além, mas com um certo ar de escracho, característica aliás óbvia em todos os que vêm do grande "Premeditando o Breque". E eu, modestamente, queria ainda um pouco mais. Se era para ser uma composição gay, que fosse definitiva e contundentemente gay! Ou, até, romanticamente gay!
Não me lembro exatamente quando, surgiu-me uma melodia que adaptou-se com perfeição a uma batida de bossa nova e para a qual escrevi enfim uma letra em que, creio, consegui o que queria... Sim, afinal, estava feita a minha "música gay"! Leve, suave e, entretanto, sensual e explícita, quase que imprópria para menores! Faltava o título...
Conforme disse, assim como é em "Maurício" e "Rubens", eu decididamente queria que o título fosse também um nome de homem, apesar de ele (qualquer que fosse) não ser citado na letra. Hesitei entre vários. Para ser sincero, cheguei a escolher alguns de que depois desisti receoso que de pensassem que a música era para alguém que eu conhecia com aquele nome, o que não seria verdade. Até que, finalmente, uma idéia me pareceu interessante... Quando ouço por aí algumas discussões sobre o pungente tema da homossexualidade, sempre me deparo com pessoas de pensamento retrógrado que criticam os homossexuais com o vazio e absurdo argumento de que "deus fez o homem para a mulher e a mulher para o homem"... Pois bem... Dei à minha canção o nome de "Ricardo" um pouco para provocá-los, já que "Ricardo" é um anagrama da palavra "criador"!
Algumas pessoas a quem a mostrei dizem que eu não teria coragem de cantá-la em público... Mas não, hein? Dêem-me uma chance e verão!

RICARDO

Coração, sangue, mão e eu sonho
O seu tão que no chão já me ponho
Você vem sobre mim
Óleo e olhos a fim
Vem por cima, por baixo e já estamos um dentro do outro
Crasso acosso
De aço grosso
Assim

Compulsão, a cobra a toca namora
Horas vão na troca que nos devora
Vem, me pega e me faz
Me esfrega por trás
Descarrega e me entrega o licor seu amor liquefeito
Quente aleito
Jorra afeito

Vem sem medo pro nosso brinquedo e pro mundo
Vem bem fundo
Faz, meu homem, de mim o seu homem também

Conexão, encaixe em concha noturno
No seu são o engate à boca eu aprumo
Você vem devagar
Invadir, inundar
Vem roçar nossos lábios e línguas e barbas mal feitas
Baba e azeita
Vai que aceita

Vem-me fruto e floresta da fresta no fundo
Vem, meu mundo
Faz-me o bem, pode sem, faz, põe tudo, amém
Faz, meu bem
Ai, como me faz bem!

Gugu Keller

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Negociações...?

Às vezes, quando, como a minha atualmente, alguma categoria de funcionários públicos entra em greve para fazer serem respeitados seus mais básicos direitos trabalhistas, vem alguma autoridade um pouco mais autoritária e condena o movimento, pregando que, ao invés de algo tão radical, tão prejudicial à população, o certo seria a busca pelo caminho da negociação. Pois bem... Deixando de lado o óbvio fato de que tais negociações são sempre tentadas por anos e anos, e que a resposta por parte das autoridades competentes é em regra uma intransponível intransigência, gostaria apenas de dizer que, na minha sempre modesta opinião, isso soa muito estranho. É que, talvez ingenuamente, aprendi a crer que direitos, sobretudo os constitucionalmente garantidos, não são coisas que se negocie, mas a serem exercidas, ou, quando necessário, exigidas, principalmente se quem os deve cumprir é o justamente o estado, aquele nos que pretende impor a lei, aquele que, no nosso caso, ainda que a mim nem de longe me convença, insiste, quando, é claro, interessa aos que o representam, em pomposamente definir-se como democrático e de direito.

Gugu Keller

domingo, 13 de junho de 2010

Grávida de...?

Já tendo aqui referido-me a algumas, outra expressão que tendo a rejeitar é aquela em que se diz que determinada mulher, às vezes a própria a falar, está grávida "de" determinada pessoa. Mesmo confessando não ter absoluta certeza, tendo a crer que isso gramaticalmente não está correto. Não consigo ver essa transitividade indireta na expressão. Quem está grávida, está grávida e só! Dizer quem é o pai ou o filho necessita de um outro verbo! "Estou grávida e o pai é o José!" Aí, sim, tudo bem!
Aliás, há um aspecto que, ao menos ao meu modesto ver, torna a coisa ainda mais tendente à incorreção... É que, normalmente quando a gravidez é atual, diz-se que fulana está grávida de sicrano numa referência ao pai da criança, a quem, portanto, a engravidou. Por outro lado, em regra quando se fala de uma gravidez passada, a mulher diz "quando eu estava grávida 'do' beltrano", aí já se referindo ao filho. Então, se Maria "está" grávida "do" João, é porque João é o pai da criança, mas, quando "estava" grávida "do" João, aí já se fala de João, seu filho...? Ou seja, a coisa acaba ficando meio que "o samba do crioulo doido", não é verdade?
Bem... Então, se eu um dia for pai, espero que minha parceira diga que está grávida e que eu, Gugu, sou o pai, ou, ao menos, apenas que está grávida... Se disser que o está de mim, depois do susto, terei de lhe dizer que não acho isso correto...! Hum... Mas será que ela vai me achar um imbecil? Capaz de dizer isso numa hora dessas...?

Gugu Keller

Ironias do Direito Penal

Todos acompanhamos com aflição o desaparecimento da advogada guarulhense Mércia Nakashima, bem como a localização de seu corpo, o que veio a confirmar seu assassinato, quase três semanas depois de ela haver sumido. Como se sabe, para a polícia o principal suspeito é seu ex-namorado. Pois bem... Na útima sexta-feira, também com fartura nos noticiários, já que telejornais que adoram explorar ao máximo esse tipo de tragédia infelizmente não nos faltam, vimos, logo após a localização do cadáver, a desesperada reação da mãe da advogada no portão da sua casa, quando, aos berros, contida por parentes, ela gritava, referindo-se ao tal ex-namorado, e também ex-sócio, da vítima... "Foi ele! Foi ele quem matou a minha filha!" Uma outra senhora que a amparava, por seu turno, gritou ainda para as câmeras e microfones apontados para a chocante cena... "Ele é um bandido! E aquele advogado dele é outro bandido!"
Estamos então, meus amigos, observo, diante de uma situação extremamente irônica do ponto de vista do direito penal... Vamos que jamais nada se prove contra o tal suspeito e o que teremos? Teremos um flagrante crime de calúnia praticado pela mãe da advogada contra ele! Afinal, ela lhe atribuiu um ato criminoso diante de todo o país! Ou eu estou errado, meus colegas da área jurídica? Como ficará se ele por isso decidir processá-la? Nos termos exatos da lei, configura-se calúnia, sim! É simplesmente indiscutível! Teria que ser condenada e civilmente indenizá-lo! Já pensaram na ironia da coisa?
Pior ainda é a situação da outra senhora, a que chamou de bandido não apenas o suspeito mas também o seu advogado! Sim, pois, no caso dela, mesmo que seja provado o envolvimento do ex-namorado, também ao seu defensor ela insultou, cometendo, portanto, o crime de injúria! Ou, novamente pergunto, eu estou errado?
Poderá o leigo dizer... "Ah! Mas não se pode levar a ferro e fogo o que elas, sobretudo a mãe, disseram num momento de extremo stress emocional como aquele!" Mas acontece, meus amigos, digo-o para quem não o sabe, que o próprio código penal já prevê taxativamente que a emoção não pode ser motivo de descaracterização de um crime. Trata-se de um princípio básico e não é necessária muita reflexão para se concluir que, de fato, tem que ser assim! É claro que pode servir de atenuante, mas, definitivamente, não descaracteriza a conduta criminosa. Quantos homicídos, ou crimes de lesão corporal, bem sabemos, apenas para exemplificar, não são cometidos quando o agente está emocionalmente abalado? Como seria se isso fosse pretexto para que não se configuasse o delito? Certamente seria o caos!
Assim, eis a ironia... O que o amigo que me lê agora faria se o suspeito decidir processar as duas por esses crimes e fosse você o juiz que as iria julgar? Condenaria a ambas, dada a clareza dos fatos? Ou, diante de uma situação como esta as absolveria, o que, até o digo, claramente parece o mais justo, mesmo que num frontal desrespeito ao que determina a lei?
Complicado, não? E irônico! Muito irônico!
Que fique claro aqui que, como todos, fiquei muito chocado com esse terrível crime que tirou a vida de uma jovem tão linda, e que estou solidário a toda a sua família, a quem, na oportunidade, dedico os meus respeitos! O único objetivo deste post é o de trazer à reflexão de todos, sobretudo dos que estudam direito, como a lei muitas vezes pode criar situações ingratas para quem a manuseia.

Gugu Keller

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Sex & Drugs

Quando a vida é feita de concessões, toda fuga tende a valer a pena.

Gugu Keller

quinta-feira, 10 de junho de 2010

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Antítese

É um grande passo compreendermos que cada um de nós é, afinal, sob muitos aspectos, a exata antítese de si mesmo.

Gugu Keller

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Gravidez

O clitóris é erétil
E é acneico o colhão
O aracnídeo come o réptil
Impacto táctil, lactação

Gugu Keller

domingo, 6 de junho de 2010

Tiros Sem Alvo

Nossas buscas seriam decerto muito menos árduas se ao menos soubéssemos o que afinal tanto  buscamos...

Gugu Keller

sábado, 5 de junho de 2010

O Outono e os Tetrassílabos...

Como já disse aqui, adoro palavras tetrassilábicas que me definem, que me explicam, que dizem como sou. E, nestes dias de outono, três me vêm à mente o tempo todo... É! Sou friorento, dorminhoco e preguiçoso! Alguém se identifica?
Gugu Keller

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Palavras...

Quando todas as palavras
Faladas, facadas
Não são mais do que palavras
Caladas, cartadas
Quando o som da minha boca
Aberta, alerta
É a palavra que se apouca
Oca, incerta
Quando todos os momentos
Tempos, ventos
Não são mais do que tormentos
Longos, lentos
Quando tudo está perdido
Fraco, findo
Meio morto ainda vivo
Brando, indo

Gugu Keller

terça-feira, 1 de junho de 2010