quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Será...?

Às vezes, tomado, confesso, de um extremo desânimo, fico pensando... Será que sou só eu que vejo o quanto é óbvio todo esse engodo e o quanto são gritantes e aviltantes a hipocrisia e a indiferença gerais...? E ainda falam em deus, deus, deus, deus, deus... Deus, e eu é que sou o ateu!?! Ou será que estou perdendo a sanidade...? Ou sou mesmo, o que afinal dá na mesma, o único a o ver com um mínimo de lucidez...? Ah, por favor, um trago! Ou tragada! Qualquer coisa, enfim, que de novo me livre deste agora...!

Gugu Keller

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

domingo, 26 de setembro de 2010

Minhas Músicas - "Paula"

Muitos grandes compositores têm canções que levam como título simplesmente um nome de mulher. Assim, Chico Buarque tem "Beatriz", Tom Jobim tem "Luíza", Lenine compôs "Alzira", Fausto Fawcett, "Kátia Flávia", Adoniran, "Iracema", Chico Science, "Risoflora", Dorival Caymmi, "Marina", Jackson do Pandeiro, "Cremilda", Renato Russo, "Natália", Dinho Ouro Preto, "Natasha" etc... Modestamente eu tenho "Paula"...

PAULA

Quem me dera eu agora tivesse um violão
Pra cantar pra ela
As palavras que juntei e chamei de canção
Pra dizer como ela é bela
Singela Cinderela
Sapatinhos de cristal no olhar

Quem me dera esta espera não fosse uma ilusão
Pintura e tela
Mar, areia, lua cheia, sincera ascensão
À luz de vela ao vento
Secreto sentimento
Sorriso de estrela a brilhar

E que o tempo, que voa
Te traga mais pra perto de mim
É apenas por você que eu canto assim

Ombros e peitos perfeitos qual feitos a mão
Lábios, olhos
Cabelos negros e pêlos, pele, proteção
Dentes, poros e boca
Poesia, língua louca
E escrevo o teu nome aqui

Paula
Toma tua esta canção
Simples e em vão
Mas do fundo do meu coração

Gugu Keller

Just Singing For a Little While - Crystal

I don´t know............................................................
..................What to say..........................................
.....................................You don´t care....................
..............................................................Anyway.....

Precisar / Precisar de

Vou falar sobre um dos erros de portugês mais comuns que observo o tempo todo em toda parte, e que agora, com a campanha eleitoral, simplesmente parece ploriferar sem limites... Todos os dias temos ouvido nas camapanhas televisivas, e, pior, lido nas legendas que acompanham as falas, que fulano é o "governador que o trabalhador precisa", ou que sicrano é o "senador que o povo precisa", ou que beltrano é o "presidente que o Brasil precisa"! Pessoal, pelo amor de deus! Quem precisa, precisa "de" algo! Então, "governador 'de' que o trabalhador precisa", "senador 'de' que o povo precisa", "presidente 'de' que o Brasil precisa!!! Parece que todo mundo se esqueceu do pobre do "de"! E sabem o que é pior? É que, a rigor, a sua omissão, mais do que ser um claro equívoco, ainda muda o sentido da frase! Sim, isso mesmo! Explico... Existe o verbo "precisar" que significa "necessitar", "carecer de", que é o que "pede" o "de" de que estou falando. Mas existe também o que não o "pede", que é o "precisar" no sentido de "dar precisão", de "tornar exato", de "prever ou calcular com acerto". Ou seja, o sentido é outro! Vejam só, meus amigos, o tamanho da lambança...!
E aqui vão outras dicas... É igualmente errado dizer "o futuro que eu sonho", "o ideal que eu acredito" ou "o pouco que eu me lembro"! O correto é "o futuro 'com' que eu sonho", o ideal 'em' que eu acredito" e "o pouco 'de' que eu me lembro"!

Gugu Keller

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Moeda de 4 Lados

Eu meio que te amo. E meio que não. E meio que te odeio. E meio que não.

Gugu Keller

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Caetaneando

Caetano Veloso é para mim o maior nome da música brasileira em todos os tempos. Cometo, contudo, no presente post, a talvez absurda ousadia de fazer uma crítica a um famosíssimo verso de uma de suas mais consagradas obras, "Sampa"... É que, confesso, nunca consegui aceitar muito bem "só quando 'cruza' a Ipiranga e a avenida São João" assim, com o verbo "cruzar" no singular, apesar de até já ter visto o professor Pasquale dizendo que em poesia tal é perfeitamente possível. Não consigo deixar de pensar que teria de ser "cruzam", o que, claro é, não se encaixaria na métrica da melodia. De todo modo, já que estou me permitindo esta incomensurável audácia, eu sugeriria ao grande Caetano uma outra solução... Que tal se se tirasse o "e" do verso, deixando apenas "só quando cruza a Ipiranga a avenida São João"? Não ficaria interessante? Além de gramaticamente perfeito, seria bacana a possibilidade de interpretar a ambas reciprocamente como sujeito e objeto direto ao mesmo tempo, ou seja, uma cruza a outra e a outra cruza a uma...!

Gugu Keller

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Depressão Pré-Eleitoral

Conforme já escrevi aqui, o horário eleitoral gratuito na televisão mostra coisas que indubitavelmente são de se rolar de rir... Por outro lado, contudo, devo dizer que esta época que antecede as eleições sempre me deixa um pouco deprimido, sabem? É que toda essa movimentação de propaganda, debates, acompanhamento do dia a dia dos candidatos pela imprensa etc, serve, creio, acima de tudo, para evidenciar ainda mais o quanto é gigante a nossa estupidez coletiva e, ao mesmo tempo, a total falta de limites no que se refere ao cinismo e à hipocrisia dessa abútrea caterva de escroques que dela lucram gananciosa e descaradamente cada vez mais.

Gugu Keller

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Morre Fulano de Tal

Como algumas vezes já comentei aqui, a língua é tão cheia de fenômenos interessantes... Os amigos já reparam como, curiosamente, as notícias de jornal, sobretudo as manchetes, costumam falar no presente de fatos que já são passado? Sim. Dizem "morre fulano de tal" quando obviamente ele já morreu, ou "líder ganha de goleada e amplia vantagem", quando é claro que o jogo já acabou e ele já ganhou, ou "polícia invade morro e mata chefe do tráfico", quando foi na véspera que invadiu e matou, e por aí vai... Não é interessante? Imagino que isso tenha a ver com tentar dar à notícia um aspecto mais urgente, ou mais atual, ou impactante, enfim... Mas é uma coisa louca, né? Algo semelhante, observo, ocorre em falas de historiadores... "Getúlio, então, naquela fatídica noite de agosto de 54, surpreende a todos e, num gesto extremo, suicida-se com um tiro no peito...!" Ora, ele já não surpreende! E nem se suicida! Ele surpreendeu quando se suicidou! Até porque, como diz a própria fala, foi em agosto de 54! Há mais de 50 anos!!! Coisas da língua... E como, por essas e tantas outras, ela é apaixonante, não?

Gugu Keller

domingo, 19 de setembro de 2010

Metamorfoses Mentais

É impressionante como coisas que fazem todo sentido em determinados momentos de nossas vidas noutros não fazem nenhum.

Gugu Keller

sábado, 18 de setembro de 2010

Amar é...

Uma das coisas que as pessoas mais costumam tentar definir é o que seja amar. O tempo todo ouvimos ou lemos alguém dizer que "amar é isso", "amar é aquilo", "amar é aquilo outro". Sem dúvida, tratando-se de algo tão abstrato, e potencialmente poético, infinitas tendem a ser as definições possíveis. De todo modo, modestamente, fiquei pensando numa de meu punho para postar aqui... Várias idéias vieram-me à mente mas gostei da de que "amar é um etéreo e poderoso alucinógeno que nos faz ver na vida um gratificante sentido que certamente ela não tem".

Gugu Keller

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

domingo, 12 de setembro de 2010

I Feel You

É muito comum que blogueiros, sobretudo os mais jovens, postem em seus blogs letras de músicas de que gostam, ou que lhes são importantes por alguma passagem, ou que lhes fazem um sentido especial em determinado momento.
Quanto a mim, nunca cheguei a postar nenhuma que não as minhas próprias. Nada contra, é claro, mas sempre preferi escrever coisas de meu punho, afinal as letras dos grandes artistas já estão a vontade por aí, não é mesmo?
Mas hoje dou meu braço a torcer... Há uma canção, da banda inglesa Depeche Mode, "I Feel You", que tem também uma versão muito legal do Placebo, que ultimamente não tenho parado de ouvir, e que diz com precisão tudo o que neste momento estou sentindo, de modo que, postar aqui sua letra aqui emergiu hoje para mim simplesmente como uma verdadeira necessidade...
E, a quem não a conhece, recomendo procurar! Seja com o Depeche, seja com o Placebo, é lindo, lindo, lindo, lindo, lindo! Entra-me fundo em cada víscera!

I FEEL YOU

I feel you
Your sun, it shines
I feel you
Whithin my mind
You take me there
You take me where
The kingdom comes
You take me to
And lead me through
Babylon

This is the morning of our love
It's just the dawning of our love

I feel you
Your heart, it sings
I feel you
The joy it brings
Where heaven waits
Those golden gates
And back again
You take me to
And lead me through
Oblivion

This is the morning of our love
It's just the dawning of our love

I feel you, your precious soul
And I am whole
I feel you, your rising sun
My kingdom comes

I feel you
Each move you make
I feel you
Each breath you take
Where angels sing
And spread their wings
My love's on high
You take me home
To glory's throne
By and by

This is the morning of our love
It's just the dawning of our love

... e como eu sinto!
Ah, vontade de gritar...!

GK

sábado, 11 de setembro de 2010

38

Ando tonto do tanto que tento. E entretanto não tombo, tento. Tento, tento, tento. Tento sempre todo o tento o tempo todo. Tentativas que tateiam meu intento. Total em tudo eu todo tento. O tempo todo, o tento todo, com todo o que nem tenho talento. Eu tento, eu tento, eu tento. Meu tato faz contato, toca atento. Toca o vácuo, toca o vento, e não me atenta contratempo, e nem tortura, e nem tormento. Eu tento. Sempre e a cada momento. E assim será, tentar sempre, todo o tempo, todo o tanto. Tentar tonto, mesmo em pranto ou no apronto. Ao menos até que trave o tempo. Até que a treva traga a terra, o tomo, o tombamento. Até que o tempo tome o dele enfim meu tanto. Até que o tempo enfim estanque, infalível bumerangue, o meu santo e tormentoso sangue tinto. Sangue-tinta, que pinta no papel o alento pouco de que poeta eu me tentei meu tanto todo. Sim. O tanto todo tempo eu tento e pronto. E ponto. Eu tento. Tento, tentei, tentarei. Até o meu tombo tonto e ponto. Fim do tempo. Sangue tinto.

Gugu Keller

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Terrorista?

Como já disse aqui e expliquei o porquê, sempre voto em branco. Contudo é claro que não me mantenho alheio aos acontecimentos e, conforme o pleito se aproxima, cada vez mais fico pasmo com o nível a que são capazes de descer os que já antevêem para si uma inevitável derrota.
Assim, como todos temos visto, muitos membros e simpatizantes do psdb, que, para mim, que sou paulista e funcionário público, é obviamente o que há de pior, deram para referir-se à candidata Dilma Rousseff como "terrorista", ou mesmo "homicida", reportando-se às suas atividades políticas durante a época da ditadura militar.
Então, sem, que fique claro, entrar no mérito do trabalho dela como ministra do governo Lula ou de sua competência ou não para ser presidente do Brasil, este post é para dizer basicamente o seguinte...
Se Dilma foi uma terrorista para lutar contra o horror do AI-5, contra Costa e Silva, Médici e toda aquela caterva de sádicos torturadores, e ainda mais sendo jovem como ela era, então para mim, Gugu Keller, ela é uma heroína! É isso!

GK

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Tipo Assim

É normal, saudável e até belo que cada nova geração tenha as suas próprias expressões, as suas próprias gírias, o seu próprio modo de falar, de se expressar. Creio ter eu tido sempre esta clara e feliz percepção. Contudo confesso que ultimamente tenho ficado abismado com o quanto - e, talvez principalmente, como - os adolescentes de hoje utilizam a palavra "tipo". É impressionante! Observo alguns que parecem incapazes de formular uma única frase sem ter esse "tipo" usado meio que como uma muleta, como se eles não tivessem a devida firmeza para expressar simples e diretamente uma idéia...! Passa-me uma impressão, não sei se quem agora me lê concorda, de que o próprio locutor não tem convicção daquilo que diz e, então, refugia-se no "tipo" como se literalmente dissesse que apenas quer dizer mais ou menos aquilo e, portanto, espera que o ouvinte o tenha enfim mais ou menos compreendido... Abisma-me, repito, e, confesso ainda, não me soa nada bonito.
Digam-me, por favor, os leitores deste blog se, tipo assim, concordam comigo, ou se acham que eu é que estou, tipo, ficando velho!

Gugu Keller

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Condenado

Meu coração é uma penitenciária de sentimentos. Meu corpo, os limites dos seus muros. E, da minha boca, vêm os ecos guturais de uma longa e sangrenta rebelião.

Gugu Keller

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Homens Públicos

Acho engraçado ouvir os políticos intitularem-se "homens públicos". Tal termo para mim aplicar-se-ia bem melhor aos michês...!

Gugu Keller

sábado, 4 de setembro de 2010

O(as) Tempo(mortes) Não Pára(param)

Já reparou que o número de pessoas no mundo mais velhas do que você o tempo todo diminui? Sim, diminui a cada dia, a cada hora, a cada momento...

Gugu Keller

Horário Eleitoral

Já que as nossas autoridades legislativas insistem no absurdo de nos fazer descer goela abaixo esse horário eleitoral gratuito, por que será que não têm ao menos o bem senso de, por exemplo, determinar um rodízio entre as emissoras para exibí-lo? Não seria um mínimo de respeito para com o telespectador que não está a fim de ouvir tanta besteira? Mas seria esperar bom senso demais num país como o nosso, não é mesmo?
Por outro lado, confesso e até recomendo... Vale a pena, pelo menos uma vez, dar uma olhada no horário eleitoral... Há coisas simplesmente inacreditáveis, bizarras e, é claro, de se rolar de rir...!

Gugu Keller

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Interior

Acho curioso o hábito que temos de distinguir a capital do interior de um estado... "Você mora em São Paulo? Na capital ou no interior?" "Esteve no Rio Grande do Sul? Foi só a Porto Alegre ou também esteve no interior?" Ora, "interior" não é o que fica dentro? É, não é? Então, a menos que eu esteja louco, a capital de um estado também fica no seu interior! Ou ficará no exterior do estado?!? Sim, porque ou algo está no interior ou está no exterior, não é verdade? Mas tudo bem... São hábitos que fazem parte desse fenômeno maravilhoso que é a língua, né? Eu é que, como várias vezes já disse aqui, sou mesmo muito chato...!

Gugu Keller

quarta-feira, 1 de setembro de 2010